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Educando para a sustentabilidade

31 ago

Há alguns posts atrás, falamos de um debate ocorrido no Sustentável 2009 sobre a importância da educação para a sustentabilidade, veja aqui.

Foi um dialogo muito rico, com reflexões muito bacanas, mas me preocupou o fato de que quando os ouvintes falavam de sua experiência de sustentabilidade na escola, sempre se referia a questões ambientais. Sei que é assim mesmo, que sempre quando se fala de sustentabilidade, o primeiro tripé (e muitas vezes único), que as pessoas se lembram é o relacionado ao meio ambiente, e imagino ser assim devido a consistência e relevância dos movimentos ambientalistas ao longo dos últimos anos. E vamos combinar toda essa discussão de sustentabilidade começou pra valer com e Agenda 21, na Eco92.

Mas para alcançarmos o modelo de equilíbrio ambiental, social e econômico, proposto por Elkington e que melhor representa o conceito de sustentabilidade, é preciso fortalecer os valores do individuo. E para mim, é aí que a educação encontra o seu maior desafio.

Se sustentabilidade é “atender as necessidades individuais atuais, sem comprometer as necessidades das gerações vindouras”, é preciso refletir sobre o que é realmente importante para nós. Será que ser legal é ter o tênis da moda, ter uma coleção de calças jeans no guarda-roupa ? Como estagnar/reduzir este consumismo desenfreado?

É o valor do “ter” típico dos modelos capitalistas, que faz com que em São Paulo, tenhamos diariamente mais de 200 km de lentidão todos os dias, e mesmo assim ainda há filas de espera nas concessionárias (sem eximir a responsabilidade que cabe as péssimas opções de transporte coletivo).

Mas voltando ao assunto principal, precisamos fortalecer o valor do “ser” em detrimento ao “ter”.

Acredito que o principal valor que precisa ser fortalecido seja nas escolas ou em nossas casas, é o do respeito ao próximo, ensinar as crianças a colocar-se no lugar do outro, que elas entendam que ao jogar a garrafa pet de seu refrigerante no chão da rua, ela não está só (não que seja pouco) prejudicando o meio ambiente, mas atingindo uma família que more próximo a um córrego, e que terá sua casa invadida pelas águas da enchente, que talvez um pai ou uma mãe perderá o seu emprego, pois o comércio em que ele trabalha foi totalmente destruído pela mesma enchente, que tudo está interligado, é um ciclo, e cabe a nós que o ciclo seja positivo.

A educação tem que ser: “transformadora, trabalhar o lado emotivo, o pensamento sistêmico, a reflexão ética, do nosso cotidiano e do processo educativo” (Mirian Vilella, Carta da Terra no Sustentável 2009.)

Precisamos entender, e assumir o compromisso de que pequenos gestos fazem toda a diferença, e que é nossa responsabilidade incentivá-los, seja individualmente, em nossas familias, nossa comunidade ou negócio.
Há algum tempo rascunhava este post, mas resolvi tirá-lo logo do plano dos projetos ao ler o post da Sam Hirashi (@samegui), divulgando ação do Santander de incentivo ao debate sobre educação e sustentabilidade, parabéns a ambos pela iniciativa, fica aqui minha contribuição.